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5 muros que ainda dividem populações no mundo

 

Barreira anti-imigração em fronteira dos Estados Unidos com o México. © Dan Cipolla/Flickr/CC.

Há 25 anos, caía na Alemanha o Muro de Berlim. Para muitos, o episódio sinalizava o início de uma nova era, de expansão da globalização e diminuição das fronteiras — simbólicas e reais. Um quarto de século após a queda deste ícone da Guerra Fria, ainda persiste, espalhada pelo mundo, uma série de fronteiras muradas construídas para separar povos.

Abaixo, selecionamos cinco desses “muros contemporâneos”

CISJORDÂNIA – ISRAEL

“Palestina Livre”: Palestinos grafitam em trecho do muro isralense que cerca a cidade de Belém, na Cisjordânia. © Montecruz Foto/Flickr/CC. Cortesia de Opera Mundi

O Muro da Cisjordânia — ou “Muro da Vergonha”, como é chamado pelos críticos da ocupação israelense — começou a ser construído em 2002, período da Segunda Intifada, e separa Israel do território palestino da Cisjordânia. Na época, foi dito que o intuito era impedir a entrada de palestinos para prevenir atos de terrorismo. Os que se opõem à barreira denunciam que o muro é uma ferramenta utilizada por Israel para, além de interditar as negociações de paz por estabelecer unilateralmente novas fronteiras, também anexar gradualmente porções do território palestino, muitas das quais passaram a abrigar assentamentos israelenses. Atualmente, a parede de concreto, ferro e arame farpado tem cerca de 440 quilômetros de extensão — se a construção da barreira for finalizada, cercando todo o território da Cisjordânia, o muro se estenderá para aproximadamente 700 quilômetros.

ESPANHA – MARROCOS: MUROS DE CEUTA E MELILLA

Cerca e posto de guarda na fronteira espanhola com o Marrocos em Melilla, enclave europeu na África. © Sara Prestianni/Noborder Network/Flickr/CC. Cortesia de Opera Mundi

Ceuta e Melilla são o enclave espanhol na África e representam o resquício do colonialismo europeu no continente africano. Sob o domínio espanhol, as duas cidades fazem divisa com o Marrocos e estão muito próximas do Estreito de Gibraltar, pequeno intervalo oceânico que separa os dois continentes. Até os anos 1990, a divisão entre os territórios espanhol e marroquino era pouco perceptível, e o trânsito de pessoas de um local para o outro era comum. Com a institucionalização da União Europeia e a política de livre-circulação dos cidadãos europeus, a Espanha foi incentivada a apertar o cerco em suas zonas fronteiriças. Assim, foram erguidos os muros, que chegam, juntos, a 20 quilômetros de extensão, com o objetivo de impedir a imigração de africanos para a Europa.

EUA – MÉXICO

Barreira anti-imigração em fronteira dos Estados Unidos com o México se estende até a praia. © BBC World Service/Flickr/CC. Cortesia de Opera Mundi

O muro construído pelos Estados Unidos na fronteira com o México é o símbolo da política anti-imigração norte-americana. Num esforço contra os chamados “coiotes”, responsáveis por atravessar clandestinamente pessoas pela fronteira, Washington começou estabeler barreiras físicas entre as cidades de El Paso e Ciudad Juárez, e também entre San Diego e Tijuana. Com os ataques de 11 de Setembro de 2001, os EUA apertaram ainda mais o cerco, temendo que terroristas pudessem entrar em território norte-americano via México.

GRÉCIA – TURQUIA: MURO DE EVROS

Faixa de manifestantes na Grécia pede o fim do muro de Evros. © Reprodução. Cortesia de Opera Mundi

A fronteira entre a Turquia e a Grécia era tida pela UE como a “porta dos fundos” para a entrada de imigrantes na Europa. Por esse motivo, a Grécia, o país europeu mais afetado pela crise econômica de 2008 e alvo de severas medidas de austeridade, resolveu investir 3,2 milhões de Euros (R$ 10,15 milhões) para erguer em 2012 um muro de mais de 10 quilômetros de extensão ao longo de um trecho da margem do rio Evros, fronteira natural que separa a o território europeu dos vizinhos turcos.

COREIA DO NORTE – COREIA DO SUL

Fotografia da zona desmilitarizada tirada do lado sul-coreano com vistas para a Coreia do Norte. © Reprodução/Flickr/CC. Cortesia de Opera Mundi

Muro que separa Coreia do Norte e Coreia do Sul. Cortesia de Pragmatismo Político

Percorrida ao longo do Paralelo 38, a faixa de terra que divide a península coreana em dois países tem 250 quilômetros de comprimento. Após o armistício que interrompeu sem pôr fim formal à guerra entre os dois lados — símbolo do embate entre as duas superpotências durante a Guerra Fria: o norte comunista, e o sul capitalista —, a porção de território foi transformada em uma zona desmilitarizada. Ou seja, uma faixa “neutra” onde militares das duas Coreias podem transitar, mas sem cruzar a linha que demarca o território de cada um dos países.

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