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Pesquisa exclusiva revela que as calçadas são o principal motivo de queixa dos brasileiros sobre suas cidades

Levantamento exclusivo do Instituto Paraná Pesquisa para o blog Cidades sem Fronteiras revela que a má qualidade das calçadas é a principal queixa dos brasileiros sobre as cidades onde vivem. O item registrou a menor média entre cinco avaliados e foi o único a ficar abaixo de 5. Para cada item avaliado, foram atribuídas notas de 0 a 10.

Os entrevistados classificaram a qualidade das calçadas, a iluminação das vias públicas, o tempo gasto em deslocamentos diários, a presença de áreas verdes e a qualidade do ar. Esta última obteve a maior média do levantamento, 6,3.

Se pensarmos na estrutura urbana, as calçadas são o que há de mais essencial. E também de mais democrático. Ciclistas, motoristas, motociclistas, crianças, idosos, todos são pedestres antes de qualquer outra coisa.

Infelizmente no Brasil as calçadas são historicamente negligenciadas, independentemente do partido que esteja à frente da administração municipal. Moradores do Nordeste são os mais críticos, com nota 4,4. A situação é um pouco melhor no Sul, onde a nota atingiu 5,1, mas se manteve a mais baixa entre todas as registradas na região.

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A iluminação pública obteve média nacional 5,8. O número é preocupante quando consideramos que o item está diretamente relacionado à sensação de segurança. Quanto mais escura uma via, menos pessoas passam por ela e mais fácil se torna a ação de criminosos. A falta de iluminação também denota negligência com o pedestre. Além de vencer o medo de assalto, ele se vê obrigado a driblar buracos e degraus que mal consegue enxergar.

 

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Já a insatisfação sobre o tempo gasto no trânsito foi traduzina na nota 5,8 . No Brasil todo, nos últimos dez anos, houve um aumento percentual de número de veículos onze vezes maior que o da população. De 2001 a 2012, a frota brasileira passou de 24 milhões em 2001 para 50 milhões de veículos. Ou seja, em uma década surgiu nas ruas a mesma quantidade de carros criada ao longo de todas as décadas anteriores. Os dados são do Denatran, compilados pelo Observatório das Metrópoles, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (leia mais aqui).

Embora o levantamento do Paraná Pesquisas não especifique o meio usado de transporte usado pelos entrevistados (se automóvel, moto ou transporte público), ele revela que o aumento do uso de veículos automotivos dos últimos anos não fez com que os brasileiros se sintam satisfeitos com o tempo que gastam em deslocamentos diários.

 

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A existência de áreas verdes fica bem aquém da demanda da população. O déficit é resultado da falta de planejamento e de diretrizes, algo comum no processo de urbanização do país. A eventual preocupação de governantes em criar ou manter esses locais não foi suficiente para torná-los realidade. Mais complicado ainda é que, depois que a cidade já está consolidada, criar espaços assim é muito mais difícil. O item está diretamente ligado à qualidade de vida. Sua ausência representa menos opções de lazer, piora da melhorar qualidade do ar e da sensação térmica e ainda prejudica a convivência urbana.

 

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Qualidade do ar foi o item mais bem avaliado entre os cinco que integram o levantamento. Ainda assim, a nota média foi baixa: 6,3. Apenas o Sul, chegou a 7. O ar é afetado pela quantidade de dióxido de carbono emitida nos grandes centros, problema que também está na raiz das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Enquanto as cidades não se preocuparem em melhorar o ar que respiram, mais intensos podem se tornar os fenômenos climáticos dos próximos anos.

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Para o levantamento do Instituto Paraná Pesquisas foi utilizada uma amostra de 2.060 habitantes, estratificada por sexo, faixa etária, escolaridade e localização. O levantamento de dados foi feito por entrevistas pessoais com habitantes maiores de 16 anos em 23 Estados e no Distrito Federal e em 154 municípios brasileiros entre os dias 24 a 27 de agosto de 2015. Foram checadas simultaneamente à sua realização 19,8% das entrevistas. O grau de confiança é de 95% e a margem de erro é de dois pontos percentuais.

 

Por Mariana Barros

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