Sete milhões de turistas visitam o Chateau de Versailles, cuja galeria de espelhos é uma das grandes atrações (foto: Divulgação)
Dubai vai festejar seus –apenas – cinquenta anos de existência, realizando a Exposição Universal em 2020. Primeira cidade dos Emirados Árabes, vai inaugurar em Jebel Ali, entre a capital Abu Dhabi e Dubai, o local da Expo ocupando 438 hectares. O projeto está dividido em 3 artérias, cada uma dedicada a um tema do evento: Conectar Espíritos, Construir o Futuro.
Santiago Calatrava, o famoso arquiteto espanhol que assina grandes projetos em forma de pássaros nova York, Doha, Zurique e, mais recentemente, no Rio de Janeiro, é quem assina o principal projeto da Expo 2020: o Pavilhão dos Emirados Árabes Unidos. A forma escolhida foi inspirada em um falcão iniciando voo, e terá 15 mil metros quadrados de área construída, com salas de exposições, auditório, espaços de descanso e salões Vip.
São esperados 25 milhões de visitantes no grande evento, sempre tendo o pavilhão criado pelo espanhol Calatrava como ícone da Expo. Dubai quer mostrar que está voltada para outra filosofia, outra arquitetura, sempre tendo como preocupação maior o meio ambiente.
A Exposição Universal terá duração de 6 meses e os prédios serão utilizados depois no Dubai Trade Center Jebel Ali, um complexo dedicado à divulgação de tecnologias inovadoras, instalação de imóveis e de hotéis de luxo.
Estimativas apontam a presença de 25 milhões de visitantes na Exposição Universal 2020
PRÉDIO MAIS ALTO DO MUNDO
Dubai planeja também construir a torre mais alta do mundo, maior do que Burj Khalifa, com seus 828 metros dominando a Cidade-Estado. A torre foi orçada em 1 bilhão de dólares (877 milhões de euros). A altura exata do novo empreendimento só será anunciada no final dos trabalhos. O projeto também leva a assinatura de Santiago Calatrava Valles e terá uma torre de observação e entre 18 a 20 andares dedicados a restaurantes e hotéis. O Burj Khalifa custou 1,5 bilhão de dólares e foi inaugurado em janeiro de 2010. Em 2015 foi visitado por 14 milhões de pessoas ( o triplo dos que visitam o Brasil inteiro).
A nova torre monumental terá como inspiração a forma de um minarete de mesquita, preso ao solo por cabos de aço. Dubai, com tão poucos anos de existência, é referência de arquitetura moderna para todo o planeta e funciona como uma grande plataforma comercial do Oriente Médio.
No momento há uma verdadeira corrida para ver quem constrói a torre mais alta. O príncipe da Arábia Saudita, al-Walid bem Talal, lançou em Jeddal, cidade portuária no mar vermelho, uma torre que se eleva a um quilômetros de altura, construção orçada em 2 bilhões de dólares.
VERSAILLES – ÍCONE FRANCÊS
O Chateau de Versailles, construção de Louis XIV, é um dos principais ícones da França e recebe por ano mais de 17 milhões de visitantes, sendo uma das atrações mais populares entre os que visitam Paris.
Mas com o budget cortado, a diretoria resolveu fazer do limão a famosa limonada: escolheu três prédios do Chateau para serem transformados em hotel boutique de luxo, com o principal objetivo de obter novas fontes de renda.
Originalmente o Chateau de Versailles foi construído como Pavilhão de Caça. Foi Louis XIV que decidiu fazer do local a residência principal da realeza e o principal ponto de poder em 1682, até o evento da Revolução Francesa, em 1789. Herança Unesco por 3 décadas, é um dos exemplos mais espetaculares da arquitetura de época e figura em primeiro lugar na lista de roteiros turísticos.
Pavilhão Mobilidade, um tema sempre no foco de quem pensa o futuro
Há quase um ano o jornal local – Journal de Dimanche – anunciava que, devido ao corte de verbas culturais pelo Estado, que neste ano passou de 47.4 milhões de euros para o Chateau (53 milhões de dólares) a 40.5 milhões de euros (45 milhões de dólares), a diretoria do Chateau de Versailles tinha sido obrigada a procurar outras fontes de renda, para sustentar os enormes gastos com a manutenção do monumento histórico e arquitetônico francês. Começaram então os apelos para angariar fundos no projeto de um novo hotel localizado junto ao castelo, na rua de l’Independance Américaine. O hotel vai ocupar 2.800 metros quadrados, incorporando o prédio do Petit Controle e o Pavilhão, além do Hotel du Grand Controle.
O custo da renovação e adaptação dos edifícios para hotel foi estimado entre 8 a 14 milhões de euros ( 9 a 15.5 milhões de dólares). A pequena cidade em torno do castelo agora é pura animação, já que o projeto deverá equilibrar finanças e permitir uma estada mais prolongada dos visitantes.
Pavilhão Durabilidade, destaque na Expo Universal nos Emirados Árabes
O lema agora será “Há mais coisas em Versailles, além do Castelo”e os habitantes locais esperam que o novo empreendimento leve mais dinamismo para toda a região. Construído em 1681 por Jules Hardonin – Mansart, por ordem do Duque de Beauvillier, o Hotel du Grand Controle, apesar do nome, era a residência do Ministro das Finanças do Rei. Depois serviu de moradia para muitas figuras ilustres e históricas da França e foi também tribunal e até cantina militar, fechada em 2006. Houve planos de reformar o prédio abandonado desde 2008. A idéia era a de fazer um hotel boutique, com 23 quartos, em 2011. Mas o projeto foi deixado de lado.
Atualmente tudo se mantém em segredo, mas já se sabe que alguns quartos terão vistas para a Orangerie, onde laranjeiras, limoeiros e romãs centenários frutificam ao lado dos canteiros de flores que formam o jardim “à la française”, um dos últimos trabalhos de Mansart.
O futuro será agora, com a Expo em Dubai
DAQUI 2 ANOS, A NOVA SAMARITAINE
Enquanto isso, a 27 meses da reabertura do tradicional endereço nas margens do Sena, a Samaritaine é um canteiro de obras no centro de Paris. Um exército de 400 operários deverá, em breve, chegar a 1000 pessoas trabalhando sem descanso. Capacete, botas, colete laranja, todos se precipitam na execução de serviços, em meio a montanhas de pedras e caliça, restos de paredes, pedaços de madeira. A vizinhança sofre e reclama tanta poeira e barulho e a limpeza constante não deixa ninguém feliz.
Foram necessárias várias mudanças na região, como segurança nas ruas, proteção acústica para quando os serviços se prolongam além dos horários permitidos e, dentro do prédio, foi até construída uma rua improvisada para os caminhões. Uma lojística de titãs.
O problema é amplificado porque a obra está localizada em um centro de grande densidade ocupacional, com apartamentos residenciais, creches, clínicas, comércio e uma movimentação constante de carros. A dificuldade também está na combinação de estruturas centenárias, a maior parte classificada como Monumento Histórico, e a construção de novos espaços, como a fachada contemporânea na rua Rivoli.
Fechada desde 2005, a Galeria Samaritaine só vai reabrir em 2018, já com expectativa de receber de 20 a 30 mil visitantes ao dia
No alto, os terraços abrem horizontes imbatíveis sobre os famosos “tetos de Paris”, cantados em versos e prosa. E é lá de cima que se tem uma idéia melhor do projeto que vai ligar vários blocos por passagens subterrâneas,pátios, escadas rolantes. As partes de estilo art nouveau foram numeradas, pedaço por pedaço, para serem remontadas em diferentes locais.
Haverá uma grande loja de departamentos usado o piso inferior e o primeiro andar. Samaritaine será um shopping único, histórico, belo, junto do Sena. Um hotel palácio – “Cheval Blanc”, símbolo do grupo LVMH, terá 72 quartos com vista para o rio mítico. Será o segundo “Cheval Blanc”, já que o primeiro foi inaugurado em 2006 em Courchevel e figura entre os 8 primeiros “hotéis palácio”da França. A propriedade inclui apartamentos sociais, equipamento para crianças com 80 berços, escritórios para abrigar até 12 empresas.
Só em 2018 os franceses – e os turistas internacionais – vão descobrir a nova Samaritaine, que permaneceu fechada desde 2005.As estimativas apontam um fluxo de 20 a 30 mil visitantes ao dia e a criação de 4.400 empregos na região. Um verdadeiro refresco no perímetro da capital francesa, a dois passos da nova Canopée des Halles. Anote na sua futura agenda de viagens
Fonte: site Bemparaná
