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Arquitetura inclusiva, um nicho de mercado

Depois de identificar que, cada vez mais, pessoas com mais de 60 anos de idade procuram imóveis para comprar, empresas começam a planejar espaços comuns adaptados em seus empreendimentos para atender ao público da terceira idade.

“Começamos integrando o salão de festas e o espaço gourmet, que foi chamado de clube de experiência”, diz a gerente de projetos de uma construtora, Giselle de Luca. O projeto, segundo ela, foi concebido com foco na terceira idade e avançou para uma arquitetura inclusiva.

Ela conta que, em todos os empreendimentos, a empresa segue as regras de acessibilidade e da gerontologia – projetos que visam ao bem-estar do idoso. “Na hora do desenho, eu penso na inclusão. Temos de desenhar pensando que é o imóvel da vida da pessoa, que ela vai usar em diferentes fases e momentos”, acrescenta Giselle.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas editou a NBR 9050/2004, que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados no projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliários, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. As determinações devem ser seguidas sem restrições ou alterações.

Regra. A norma tem o objetivo de proporcionar a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, das edificações, do mobiliário e dos equipamentos para a maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção.

Outra construtora tem seis empreendimentos entregues que seguem as regras de acessibilidade da NBR 9050. A arquiteta Thaisa Bernardes que a maioria deles é parte do programa Minha Casa Minha Vida, que exige de 3% a 5% de unidades adaptadas nos imóveis destinados a moradores com renda de três a seis salários mínimos.

A arquiteta conta que a tipologia do imóvel é diferenciada, com cozinha, corredores e portas mais largas, barras de apoio nos corredores e banheiros. “Todos os edifícios também possuem piso tátil (caracterizado pela diferenciação de textura do piso comum, mas indicado para deficientes visuais). O imóvel adaptado de acordo com a norma serve para diversas deficiências”, diz.

No caso de algumas empresas, além de seguir as normas de acessibilidade definidas por lei, oferecem uma planta específica no primeiro andar dos empreendimentos com a opção de modificação, sem nenhum custo adicional para o comprador.

Fabio Sousa conta que a construtora ainda não teve nenhum pedido de adaptação de unidades, mas nas áreas comuns já trabalha com as diretrizes do desenho universal. “Temos um empreendimento na Vila Prudente que a quadra poliesportiva está abaixo do nível da rua e colocamos um elevador para o acesso”, diz.

Inclusão. O Instituto JNG, que tem como objetivo promover projetos de inclusão social, com foco na moradia independente para pessoas com deficiência intelectual, realizou em dezembro de 2014 um seminário para discutir projetos residenciais para pessoas deficientes, que de acordo com o Censo 2010, divulgado em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somam 45,6 milhões de pessoas.

Segundo a presidente do instituto, Flavia Poppe, a intenção do JNG é unir esforços para que um modelo de moradia independente seja feito em escala, seguindo as normas e as diretrizes do desenho universal de acessibilidade. “Queremos que o deficiente possa crescer e morar sozinho”, explica Flavia.

Fonte: O Estadão

 

 

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