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Conheça o projeto paraense que conquistou o 1º lugar do Edital de Patrocínio ATHIS do CAU/BR.

O portal da Transparência do CAU Brasil publicou em 09/11 o resultado da do julgamento do Edital de Patrocínio 05/2021, relativo a propostas de ações ATHIS. Foram apresentadas 44 propostas, das quais 9 foram escolhidas pela Comissão Julgadora para compartilharem o valor total de R$ 1.000.000,00, dividido pelo Edital em 40 cotas de R$ 25.000,00. As Organizações da Sociedade Civil (OSC) cujos projetos foram escolhidos terão que investir  mais 20% do valor do patrocínio.

O primeiro lugar do concurso foi conquistado pelo projeto paraense Laboratório da Cidade (LdC), organização sem fins lucrativos cuja missão é repensar as cidades, suas dinâmicas e transformações, almejando cidades mais humanas, democráticas, resilientes e sustentáveis. O projeto é um Think & Do Tank, uma fábrica de ideias e práticas, que busca contribuir para uma nova forma de agir politicamente, adotando iniciativas que possam fortalecer o processo democrático através da participação da sociedade como estratégia de inovação na solução de problemas e definição de políticas públicas. Entrevistamos a Coordenadora de Pesquisa Isabela Rocha e a Assessora de Projeto Luna Bibas.

Qual a proposta do projeto “Cidades Desejáveis: Mãos na massa na comunidade”?

Primordialmente, propomos a transformação de espaços de uso coletivo que apresentem indicadores negativos, para que esses se adequem ao uso de determinada comunidade, contando com a sua participação, entendendo os problemas e construindo soluções em conjunto, de forma democrática, priorizando a participação de mulheres e crianças, que no geral, são as agentes mais excluídas quando falamos em espaços públicos de uso coletivo. Para mapearmos esses espaços contamos com o apoio de órgão parceiros competentes na área de regularização fundiária urbana.

Alguns desses espaços passam despercebidos em nosso cotidiano, mas sabemos que eles são chave para a socialização e bem estar das pessoas e queremos tirar o melhor proveito deles possível, promovendo encontros, conforto e conveniência de uso, já que muitas vezes, mesmo o espaço estando disponível não é convidativo ao seu uso, apresentando por exemplo, falta de mobiliário, iluminação, sombra, limpeza e etc.

Por isso, a proposta se ramifica em diversas frentes, já que serão disponibilizadas vagas para a formação de estudantes e profissionais da área da arquitetura e urbanismo em oficinas em que estarão em contato direto com comunidades, aplicando metodologias participativas na concepção de espaços adequados a sua realidade resultando na transformação física do espaço e com a contribuição “mão na massa” de seus participantes, isto é, concebendo e construindo o espaço com as próprias mãos de forma coletiva.

O diferencial do projeto está no aspecto cooperativo e transformador da proposta, que busca costurar a interação entre órgãos da administração pública, profissionais e estudantes da área e a comunidade gerando transformação física dos espaços colocando em prática ações que tenham custo-benefício satisfatório, dando acesso para a população a técnicos qualificados e tornando a arquitetura e urbanismo promotores da qualidade de vida na escala local, trazendo arquitetos e urbanistas para a realidade da população que não tem acesso a esta categoria, aumentando o conhecimento sobre este tipo de ação, do que é o Conselho de Arquitetura e Urbanismo e da temática de ATHIS e da sua força enquanto legislação.

Qual a importância da ATHIS para a comunidade a ser trabalhada?

Participação e Acesso.

Primeiramente, o fato da comunidade poder participar da tomada de decisões sobre algo que lhes diz respeito, que é o caso de espaços públicos de uso coletivo, já que dentro das oficinas estes serão participantes ativos para a transformação de seus próprios espaços.

Outro aspecto importante da Assistência Técnica está no fato da população ter acesso a profissionais que usualmente ela não tem, de acordo com pesquisa realizada pelo próprio CAU em 2015, somente 15% da população tem acesso aos serviços de profissionais da área.

Qual é o papel dos arquitetos neste projeto?

Neste projeto, o arquiteto atua como um articulador. Uma das peças fundamentais para o sucesso dos projetos, mas não a única. Aliando a técnica às ferramentas de escuta e participação comunitária para a cocriação desses espaços, ampliam-se as chances dos projetos darem certo, de haver uma maior satisfação dos usuários, bem como participação e capital social.

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