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Pesquisadora estuda relação da arquitetura e paisagem ribeirinha com modo de vida amazônida

As construções arquitetônicas e o modo de vida são elementos fundamentais para se entender a constituíção das populações. A pesquisadora Laelia Regina Batista Nogueira desenvolve, na Amazônia, um estudo para conhecer esse modo de vida do povo que habita as margens dos rios da região, mais conhecidos como ‘ribeirinhos’.

Com o apoio, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), a análise foi feita ao longo do Mestrado em Arquitetura e Urbanismo e teve como objetivo fazer uma abordagem a partir do conjunto de fenômenos (seca e cheia dos rios atrelado ao período de chuvas da região) para compreender a relação entre a arquitetura vernacular (construída com materiais do próprio ambiente) ribeirinha e a paisagem amazônica.

“Buscamos compreender a arquitetura vernacular da região, sendo palafitas e flutuantes, e como essa arquitetura proporciona o habitar de seus moradores através de uma relação visceral com a terra. Percorremos as paisagens por eles habitadas, típicas da região amazônica, sendo escolhidos como lugares a serem trabalhados a comunidade do Miracauera, no Careiro da Várzea; comunidades no rio Cuieiras, no baixo rio Negro”, disse Laelia.

Para a pesquisadora, compreender a arquitetura vernacular de um lugar é compreender como se habita, e, segundo ela, habitar é mais do que simplesmente estar em um lugar, mas é também ser com ele. O estudo também abordou uma reflexão sobre o uso dos recursos naturais na região amazônica.

“Tal compreensão nos permite o desenvolvimento de sistemas construtivos que se relacionem com o lugar que habitamos, desenvolvendo uma arquitetura que também se relacione com o lugar habitado. De maneira prática, esse entendimento do lugar e a relação com a paisagem, nos permite utilizar os recursos naturais não apenas como recurso, mas sim como uma relação de troca: utilizando materiais locais, pensando na sazonalidade de cheias e vazantes extremamente evidentes em nossa região, no aproveitamento e captação de água, em questões de saneamento, ventilação e iluminação, e todos os demais elementos necessários uma construção”, disse a pesquisadora.

O estudo foi desenvolvido com o apoio da Fapeam via Programa de Apoio à Formação de Recursos Pós-Graduados do Estado do Amazonas (RH Mestrado). A defesa da dissertação ocorreu na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, em setembro do ano passado. “Através da Fapeam foi possível a imersão no tema e nas regiões da pesquisa. Bem como a possibilidade do intercâmbio com outra grande universidade do País, na qual construí grandes laços profissionais”, disse a Laelia Nogueira.

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