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Tragédia no Ninho do Urubu é reflexo do descaso com a atividade de projeto

Um incêndio no centro de treinamento do Flamengo deixou dez mortos (crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O momento é de luto. Após temporal de quarta-feira, 6 de fevereiro, que deixou um rastro de destruição pela cidade, chamas consumiram alojamento dos atletas da categoria de base do Flamengo, com a morte de dez jovens e outros três internados em estado grave. Apesar da dor, não há como eximir a culpa dos responsáveis por abrigar atletas em estruturas temporárias, construídas ou adaptadas sem um responsável técnico habilitado. O descaso com as atividades de projeto e obra, inevitavelmente, levam a grandes perdas.

Os contêineres que serviam de dormitório no Centro de Treinamento George Helal, em Vargem Grande, não tinham autorização da prefeitura para tal função. Dados preliminares dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli indicam que um curto-circuito no ar-condicionado pode ter causado o incêndio, mas a perícia ainda está em andamento e não há uma avaliação final das causas da tragédia.

Infelizmente no Rio de Janeiro e no Brasil, há um desprezo total para com as atividades de plano e de projeto. A assertiva é evidente ao observar o nosso cotidiano, seja na reforma de um cômodo, na construção de um puxadinho ou mesmo de uma estrutura temporária. É no projeto que os problemas são identificados, os riscos são evitados e as soluções levantadas. Muito provável que, se os contêineres tivessem sido projetados para servirem de dormitório, Athila Paixão, Arthur Vinícius Freitas, Bernardo Pisetta, Christian Esmério e outros seis garotos não teriam a vida e os sonhos drasticamente interrompidos.

Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) e do Brasil cobram mais responsabilidade dos proprietários de obras, assim como dos órgãos públicos, na construção e reforma de edificações. Exigir projeto completo e o acompanhamento de obra por responsável técnico habilitado não é capricho, é dever. Quantas outras tragédias serão necessárias para perceberem algo tão óbvio?

Fonte: CAU-RJ

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