O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Pará se solidariza com a população da cidade de Bragança e lastima o desabamento na madrugada desta segunda-feira (21) do prédio da Prefeitura da cidade. O CAU-PA lamenta que o acidente torne mais explícito o descaso com o Patrimônio da cidade e chama a atenção para as demais edificações abandonadas.
Prédio histórico desaba em Bragança (Foto: Glauber Azevedo)
O Palacete Augusto Corrêa foi fundado em meados de 1902 e localizava-se na praça Antônio Pereira, ao lado do Hospital das Clínicas de Bragança. Considerado um prédio histórico da cidade, com estilo neoclássico, a construção homenageia e copia um palacete da família real no município. O mesmo funcionou como sede do Poder Executivo Municipal e do Corpo de Bombeiros.
O Palacete já havia sido interditado em 2015 após vistoria e inspeção feita pelo Corpo de Bombeiros. Nos últimos anos esforços estavam sendo feitos para viabilizar a restauração da edificação para implantação no local de um Centro de Referência da Cultura Bragantina o tempo e as intempéries são implacáveis.
Identificamos que havia projeto contratado pelo IPHAN junto a profissionais habilitados e qualificados para esta atividade. O projeto foi colocado à disposição da Prefeitura e de parlamentares para que viabilizassem os recursos para a obra por meio de emendas e, ao que consta o valor necessário teria sido viabilizado em 2017, mas esbarrava na burocracia para liberação da verba ao município pela instituição financeira responsável.
O CAU alerta que a situação mais uma vez chama a atenção para o descaso com o patrimônio cultural do Pará, onde cidades históricas desaparecem. Há que se dizer da existência de programa federal coordenado pelo Ministério das Cidades voltado à reabilitação de áreas centrais degradadas, e que é articulado com outras instituições como Ministério do Turismo, Iphan, Ministério da Educação, entre outros. Têm prioridade de acesso a esses recursos aqueles municípios que, segundo previsto no seu plano diretor, desenvolveram os planos setoriais, sobretudo os de patrimônio cultural e de desenvolvimento urbano.
Uma resposta
Nossa, que notícia triste. Realmente é lamentável que nenhuma atenção seja dada aos prédios tombados no Pará, a Legislação não incentiva os proprietários a restaurar e manter esse patrimônio histórico, ao contrário, sufoca-os e os força a abandoná-los.